quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

BELEZA É FUNDAMENTAL?

Artigo publicado pelo amigo Deijivan na comunidade "+ de 30 Taubaté"

Primeiro vamos analisar o que é exatamente a Beleza. O primeiro homem que procurou definir a beleza, este adjetivo tão abstrato, foi Platão. Antes dele, artistas vagavam (como vagam até hoje!) em elucubrações a respeito das manifestações do belo sem conseguir definir com exatidão o que seria a beleza em si.
Diante disso, a filosofia, através de Platão, nos deu uma explicação mais precisa a respeito desta questão. Quem já leu Platão, em especial o tratado (contido na obra "A República") que fez encima da obra do seu mestre Sócrates (Investigação do Conhecimento), pode entender, de forma resumida, que o filósofo quis dizer que o belo é sempre a expressão de uma ordem que sensibiliza pela força que consegue emergir do caos, ou seja, que a beleza advém (adoro usar esta palavra!) da possibilidade de um ser (animado ou não) sublimar o caos e, com isto, encontrar um "caminho" harmoniozo e simétrico, que se distingue e se evidencia acima de toda a "tortuozidade" que o cerca! Será que fui claro? rs.
Bem, passado alguns séculos, ainda na Grécia antiga, alguns pensadores matemáticos descobriram a justificação científica para o que Platão imaginava a respeito da Beleza. Eles encontraram o número de ouro ou número áureo, que é uma constante matemática descrita pela letra grega Phi. Este número constante é 1,618 (arredondado) e serve de base para se encontrar a Proporção Áurea, que denota diversos cálculos e equações que elucidam a simetria perfeita de tudo que existe em nosso universo. É claro que muita coisa que existe não foi concebida de acordo com a proporção áurea e, por isto, nem tudo é belo no mundo!
Voltando ao Platão, quando ele disse que a beleza se encontra em tudo que fuja do caos, da desordem, eis que tudo que é concebido ou criado de acordo com as equações da constante Phi, são a exata materialização da Beleza!
Tudo bem, quem leu até aqui com certeza está se perguntando "Mas o que isto tudo tem a ver com o tópico???". Bem, eu só quis definir a Beleza para então agora poder dizer se ela é ou não Fundamental.
Pois bem, a coisa toda começou com a arquitetura e a engenharia, primas da matemática. Quando os gregos descobriram o número áureo, ainda não o tinham nomeado como Phi. A adoção desta letra do alfabeto grego veio em homenagem ao construtor e arquiteto Phidias, que construiu o "novo" templo de adoração à Deusa Atenas (o original foi destruido pela invasão Persa), o Parthenon. Phidias foi o primeiro a utilizar as equações do número áureo na arquitetura e na engenharia, inclusive na construção do Parthenon.
A coisa foi se espalhando e logo surgiram outras evidencias da presença do número áureo. Pitágoras (outro grego!) encontro a Razão áurea nas figuras geométricas, principalmente no pentagrama, que é a figura geométrica mais perfeita e, obviamente, com a maior presença do Phi.
Na natureza há inúmeros exemplos, tais como a semente do Girassol e as folhas das árvores. Na arte, o período Renascentista (o mais belo, na minha opinião) está repleto de exemplos do uso do Phi na elaboração de obras e pinturas, como a "Mona Lisa", o "Nascimento de Vênus" e tantas outras. Até mesmo na abstração de Salvador Dali, se encontra a Razão áurea (nas dimensões do quadro "O Sacramento da Última Ceia").
Na literatura encontramos o Phi na proporção entre as estrofes maiores e menores do poema "Ilíada", de Homero, como também em "Os Lusíadas", de Camões.
Na música há a presença do Phi nas Sinfonia n.º 5 e a Sinfonia n.º 9, de Beethoven.
Eu poderia descrever ou apontar milhares de exemplos do uso do número áureo em diversas coisas, tais como as medidas dos cartões de crédito, dos jornais, da revelação de uma foto, das telas de micros e TVs, mas estaria fugindo muito do tema inicial...
Caramba, eu deveria escrever um Blog! rs.
Bem, se vc insistiu na leitura até aqui, saiba que agora prometo chegar no ponto "X" da questão!
Como não poderia deixar de ser, o número Phi (é importante não confundir com o Pi, aquela sequencia de números que serve pra outra coisa!) também está presente nos animais, como nas conchas de caramujo, nas escamas dos peixes e em muitas outras "belezas" do reino animal. O ser humano também está nesta grandiosa lista! Eis que chegamos a "nossa" beleza!
Se vc tiver a Razão do Phi nas proporções da sua cabeça, da mandibula, dos ombros, do torax, dos seios (até mesmo os "siliconados"!), da cintura, das coxas, dos joelhos, das mãos e de outras tantas partes, com certeza vc será belo ou bela, assim como o nosso velho Platão definiu! Portanto, a beleza se destaca entre nós porque tem os padrões matemáticos que evidenciam a melhor forma, a forma que "foge" do normal, do caos! O feio é assim porque suas formas não seguem padrões matemáticos e isto não atrai nossos olhos e mentes, simplesmente porque é apenas mais uma porção do caos que nos cerca e nos consome!
Logo, a Beleza é sim Fundamental!
Mas, como somos, além de racionais (ou matemáticos), também seres emocionais, podemos identificar a Beleza em parâmetros subjetivos (ou a tal "Beleza interior"), que se define através de ideias, pensamentos e bom humor! Pessoas com ideias corretas, pensamentos altivos e senso de humor carismático, são pessoas possuidoras de uma Beleza subjetiva, a qual adoramos tanto quanto a Beleza "grega"! Mas nem por isso, neste caso, estamos negligenciando a matemática do Phi, pois estes pensamentos, ideias e outras "coisinhas" interiores, são concebidas (por vezes inconscientemente) pela lógica do Phi, que subexiste nas mentes dessas pessoas portadoras da Beleza "interior", pois o "jeitinho" delas, pelo qual nos apaixonamos, nada mais é do que a demonstração de um ser "único", com pensamentos e atitudes que "fogem" do caos, da normalidade, do banal e, com isso, se tornam pessoas belas!

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Um comentário:

  1. Obrigado Lu por publicar um texto da minha autoria!
    Aproveito para infomar que enfim criei um Blog!
    Quem quiser dar uma olhadinha, o endereço é este:
    http://blogdodeijivan.blogspot.com

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