segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O amor de Tumitinha era pouco e se acabou..

Você também deve ter alguma palavra que aprendeu na infância, achava que tinha um certo significado e aquilo ficou impregnado na sua cabeça para sempre. Só anos depois veio a descobrir que a palavra não era bem aquela e nem significava aquilo. Um exemplo clássico é a frase (que eu já comentei aqui) HOJE É DOMINGO, PÉ DE CACHIMBO. Na verdade não é Pé de Cachimbo, mas sim PEDE (do verbo pedir) cachimbo. Ou seja, pede paz, tranquilidade, moleza, pede uma cervejinha. E a gente sempre a imaginar um pé de cachimbo no quintal, todo florido, com cachimbos pendurados, soltando fumaça. E, assim, existem várias palavras. Por exemplo:


Álibi - Quando eu era garoto, tarado por filmes de bandido e mocinho e gibis, semprei achei que ÁLIBI era o amigo do Mocinho. Claro, o Mocinho sempre tinha um Álibi e o bandido não. O Álibi, nos filmes, geralmente, era um velhinho. Mas resolvia.



Atalibálago - Essa é do escritor Fernando Moraes. Quando era garoto em Minas, viu um anúncio de um candidato a deputado: Atalibálago. Adorou o nome, chegou a comentar com o pai e nunca esqueceu a esquisitice. Só anos mais tarde, veio a descobrir que, na verdade, o deputado que um dia acabou se elegendo, se chamava, na verdade, Ataliba Lago.



Garagê - Assim, com circunflexo no e. Devia ser algum bairro do Rio de Janeiro, porque sempre passavam ônibus com esse destino. Mas na verdade, estavam indo para a garage. Esse bairro devia ser perto de outro muito concorrido, o Récolhe.



Margarida - Esta está na peça Apareceu a Margarida, do Roberto Athayde. A personagem (magistralmente interpretada por Marília Pera e dirigida por Aderbal Freire-Filho) achava que o Hino Nacional tinha sido feito para sacanear ela: "Do que a terra... Margarida"...



Nabudonosor - Eu sempre achei que o babilônico Nabuco fosse de um país chamado Nosor. Era Nabuco do Nosor. Achava que devia ser na África, perto do Quênia, por ali. Hoje já sei que Nabuco é um bar na Villaboim.



Seu Penhor - O poeta Sergio Antunes me confessou outro dia que ele achava que o Seu Penhor (desta igualdade) fosse o ranzinza antigazeteiro do nosso grupo escolar, em Lins.



Sulfechando - Meu primo Hugo Prata um dia perguntou ao pai dele o que significava o verbo Sulfechar. O pai alegou que esse verbo não existia e teve que provar com dicionário e tudo. Como o garoto insistia em conjugar o verbo, o pai lhe perguntou onde ele tinha ouvido tal disparate. E ele disse e cantarolou aquela música do Tom Jobim: "são as águas de mar sulfechando o verão"...



Tumitinha - Todo mundo conhece a música Ciranda-Cirandinha. Uma amiga minha me confessou que durante anos e anos, entendia um verso completamente diferente. Quando a letra fala "o amor que tu me tinha era pouco e se acabou", ela achava que era "o amor de Tumitinha era pouco e se acabou". Tumitinha era um menino, coitado. Ficava com dó do Tumitinha toda vez que cantava a música, porque o amor dele tinha se acabado. E mais, achava que o Tumitinha era um japonesinho. Devia se chamar, na verdade, Tumita. Quando ela descobriu que o Tumitinha não existia, sofreu muito. Faz análise até hoje.



Ventre Jesus - Aprendi a rezar a Ave-Maria ainda analfabeto, com três ou quatro anos. E sempre achei que Ventre Jesus era o nome do Homem, quando dizia "do vosso Ventre Jesus". Aliás, achava um belo nome para Deus.



Virundum - O Henfil, só depois de grandinho foi que descobriu que o Hino Nacional na se chamava Virundum. (Mario Prata)

Dica da Geovana Tominaga

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